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14 março 2022

Paraty/RJ - Um pouco da história

Nas postagens e vídeos de Paraty, fizemos o inverso do normal. Primeiramente mostramos o que Paraty tem fora do centro histórico. Acompanhe as postagens anteriores e os vídeos: Cachaça, Cachoeiras e Lavandário e Visto de outro ângulo.

E agora começaremos a falar e mostrar sobre o centro histórico e a história da cidade.

 

Com certeza, a maior atração da cidade, é o Centro Histórico, com a super preservação de suas construções.

Sabemos que a consciência de preservação da história dos locais é muito recente comparando com a própria história. Então como Paraty preservou tanto de suas construções coloniais? O real motivo foi a falta de recursos.

Como assim? Vamos tentar entender essa história.

 

Um pouco da História de Paraty

A data das primeiras ocupações da cidade diverge entre os historiadores. Oficialmente a cidade foi fundada em 1667, como Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Parati, em torno da Igreja N. Sra dos Remédios, sua padroeira, que foi demolida no ano seguinte. Ela ficava perto do local onde hoje está a Igreja Matriz de Paraty.

A cidade passou por três grandes ciclos econômicos:



🔄 O primeiro ciclo de Paraty foi do açúcar

Fonte: https://profdanihistoria.com.br/
e uns dizem que ele nunca acabou! Até hoje a cidade produz algumas das melhores cachaças do país, premiadas internacionalmente ano após ano. A cachaça de Paraty se tornou tão famosa que antigamente Paraty era sinônimo de cachaça. Ao invés de pedir uma cachaça, as pessoas pediam uma Paraty. Alguns autores dizem que a cidade chegou a ter mais do que 200 alambiques. Hoje são seis alambiques principais. Em todos eles é possível visitar a produção e depois degustar as cachaças.


🔄 O segundo ciclo foi do ouro

 

Quando o ouro foi descoberto em Minas Gerais, a única estrada que
conectava as minas ao mar (para que o ouro pudesse ser escoado para Portugal) era o chamado “caminho velho” da Estrada Real que terminava em Paraty. De Paraty o ouro ia para o Rio de Janeiro (então capital do país) e depois para Portugal.

 

 


🔄 O terceiro foi o ciclo do café. Uma nova estrada foi construída (caminho novo) e o ouro passou a ser transportado diretamente para o Rio de Janeiro. Porém pela proximidade com o Vale do Paraíba o café era todo escoado pelo porto de Paraty, o que trouxe movimentação e riqueza para cidade.

A cidade perdeu o posto de exportadora do café quando, em 1870, foi construída uma estrada de ferro entre o Rio de Janeiro e São Paulo, passando pelo Vale do Paraíba.

Como o transporte por trem era bem mais barato, o porto de Paraty perdeu sua importância e a cidade entrou em recessão. Com a abolição da escravidão, em 1888, a grande maioria da população deixou suas casas e a cidade ficou esquecida.



Foi esse esquecimento da cidade que fez com que as casas coloniais fossem preservadas. Não haviam recursos econômicos para nova construções e Paraty ficou isolada por um longo período de tempo.

 

🔄 Só em 1974, com a abertura da Rio-Santos que Paraty foi redescoberta e, graças a preservação de suas casas coloniais e recursos naturais abundantes, começou a receber turistas de todo Brasil. Hoje Paraty é a oitava cidade do país que mais recebe turistas. 

Nesse mesmo ano a cidade foi tombada pelo IPHAN, que responde pela preservação do patrimônio cultural brasileiro. Quando o instituto tomba um local nenhuma alteração pode ser feita na arquitetura e fachadas das casas. Assim, o tombamento foi muito importante para a preservação do Centro Histórico de Paraty.

Essa preservação permitiu que Paraty ganhasse um outro título muito importante da UNESCO em 2019: o de Patrimônio Cultural e Natural, sendo o único de patrimônio misto (cultural e natural) da América Latina.

 


 

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