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19 março 2022

Paraty/RJ - Centro Histórico


A melhor maneira de conhecer o Centro Histórico é a pé, pois carros não circulam pela região. O centro é pequeno e caminhar pelas ruas nos faz voltar no tempo, com seus casarios de traçados simples e cheio de significados, mas é preciso ficar atento aos desníveis das pedras no chão. 


E foi o que fizemos. Participamos do Free Walking Tour Paraty. É um passeio guiado por um guia, mas não é definido o valor de pagamento. Isso não significa que é de graça. Existe um profissional trabalhando, mas é você que define o valor que vai pagar, o que você considera justo pelo que o guia lhe proporcionou no passeio. Nós recomendamos 👍.

Você pode e deve andar e se perder pelas ruas de Paraty, mas ao andar pelo Centro Histórico sozinho existem inúmeros detalhes que passam despercebidos aos olhos da maioria das pessoas. Por exemplo:
➰ Os símbolos que ornamentam algumas das casas, em sua grande maioria são maçônicos.
➰ Os galos acima das igrejas Nossa Senhora das Dores e a Igreja de Santa Rita são símbolos portugueses.
➰ Grande parte das janelas da cidade eram portas e por aí vai..
➰ A Maré entra na cidade, vocês sabiam? E não foi um erro de cálculo, mas sim algo planejado propositalmente para limpar as ruas da cidade. Naquela época não existia sistema de esgoto, portanto a maré funcionava como um sistema de esgoto natural. Genial, não? ⁠

Paraty, que foi um dos primeiros locais planejadas do Brasil, tem inúmeras curiosidades, histórias e símbolos para se descobrir! É encantador como revelar a história do lugar pode fazer toda diferença na experiência dessa cidade tão rica historicamente e culturalmente.


As ruas foram todas traçadas do nascente para o poente e do norte para o sul.

Depois do passeio você anda pelas ruas e olha as construções de modo diferente. Não somente como uma casa mas o que ela representa.

Queríamos fazer logo de manhã, mas como só tinha nós dois, o guia perguntou se nos importávamos de ir a tarde, pois o passeio fica bem mais interessante por pegar o anoitecer e a cidade se iluminando. E não nos arrependemos. 


Informações

Funcionamento: todos os dias, exceto quartas, às 10h30 e 17h
Local de Encontro
:  Praça da Matriz, em frente a igreja Nossa Senhora dos Remédios. Procurar uma pessoa de camiseta vermelha.
Valor
: o que considerar justo 

 

O que vimos andando pelo centro histórico

Igreja Nossa Senhora dos Remédios ou Igreja Matriz (ponto 2 no mapa)

Igreja Nossa Senhora das Dores (ponto 3 no mapa)

Igreja de Santa Rita (ponto 4 no mapa) 

 

Casa de Dom João

O sobrado do príncipe Dom João de Orleans e Bragança é o único com vista para o mar, pois na época de sua construção, em 1830, ter essa vista não era valorizada pois as pessoas não tinham o hábito de ir a praia e também porque essa parte que era os fundos das casas comerciais. Foi comprado pelo pai dele sem nem ver a casa. Possui o brasão da família na fachada do sobrado.

No restauro se manteve as características originais, inclusive suas cores. As cores verde e amarelo da casa não é relacionado as cores de nossa bandeira, e sim com as cores da família Bragança, o verde, e da família Habsburgo, o amarelo. Que por sinal, existem teorias que as cores da nossa bandeira são essas em função das cores da família, pois foram escolhidas pela Imperatriz Leopoldina.

Como é a moradia particular de Dom João, ela não é aberta a visitação. Mas pode-se ver um documentário no GNT e reportagem na Casa Vogue.


Casarios

Os casarios e construções super bem conservadas no centro histórico, que nos encantam tanto, são da época do ciclo da cana-de-açucar e do ciclo do ouro. 

A arquitetura de Paraty tem grande influência da maçonaria, que deixou sua marca nas fachadas nos sobrados com desenhos geométricos em relevo, bem como a tonalidade azul-turqueza.

Ainda sobre as fachadas, ressalta-se que os beirais das residências foram construidos para mostrar a posição social dos proprietários. Os indivíduos menos bastados possuíam beirais do estilo “cachorro”, enquanto os de melhores condições empregavam os beirais de cimalha. Já as casas dos mais pobres não tinha beira nenhuma.

Constata-se ainda que as residências – hoje também substituídas por comércios – foram construídas com 30 cm acima do nível mais alto atingido pelo mar, por causa do risco de inundação. Degraus internos também foram instalados com o mesmo intento.

As construções podem ser diferenciadas conforme sua original funcionalidade. Quando tinham janelas eram casas de moradia, e as que tinham somente portas tinham atividade comercial.


 

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