Dos quatro caminhos da Estrada Real descritos na postagem anterior, optamos em percorrer o Caminho Velho.
A decisão se deu por alguns motivos: por passar por cidades que não conhecíamos ainda, por unir o histórico das cidades mineiras com a praia de Paraty, e também pela opção de no caminho passear de balão. Mas isso é assunto para uma próxima postagem.
O Caminho Velho foi o primeiro caminho oficial criado pela coroa portuguesa para escoar o ouro explorado em Minas Gerais para o porto de Paraty. No século 17, essa viagem durava em torno de 60 dias, feito a cavalo e carroças pelos tropeiros.
A Estrada Real recebe esse nome, não porque a realeza passava por ela, e sim porque foi criado por ela, para poder controlar os recursos transportados.
Nesse caminho percorremos 710 km e leva: 15 dias de bicicleta, 24 dias a cavalo, 48 dias a pé e 8 dias de carro, desde que não pare nas cidades para conhecê-las. Nós fizemos de carro uma viagem de 18 dias pelo caminho velho e visitando Ouro Preto, Congonhas, Tiradentes, São João del Rei, São Lourenço e Paraty.
Dos 710 km, 320 km são de subidas e descidas. Deles 11,5% são de asfalto, 82,5% de estrada de terra e 6% de trilhas. As trilhas não são indicadas para carros. Nas planilhas disponibilizadas no site do Instituto da Estrada Real informam quando não é indicado para carro. Ir no sentido de Ouro Preto a Paraty requer menos esforço físico, pois conta com a altimetria a nosso favor.
No site informa que a modalidade de carro é Fora da Estrada 4x4. Mas fizemos o percurso com um HVR que é alto, mas não é um 4x4. E fomos tranquilamente.
Por causa do tempo de férias não conseguimos fazer na totalidade pelas planilhas. Mas mesmo assim nos dias que tínhamos mais tempo ou nada com data marcada optamos em fazer pelo trajeto original a usar o asfalto. Seguindo o máximo possível as planilhas, que salvei no meu celular e íamos conferindo de tempo em tempo.
Nosso planejamento foi criado levando em conta o tempo e o que queríamos fazer. Por conta disso e pra não desperdiçar nenhum dia, saímos de férias e começamos a viagem numa quarta-feira, pois tínhamos as cidades específicas para conhecer e montar os conteúdos delas, e precisávamos estar em São Lourenço no final de semana para podermos fazer um voo de balão. Sim, não precisa ir para Capadócia para voar de balão.
Em cima das planilhas disponibilizadas e da pesquisa no Google Maps, montamos o dia-a-dia. Se usar somente o Google Maps ele só indicará as estradas asfaltadas. E sairá do roteiro original.
O roteiro ficou o seguinte:
1º dia: Vitória a Ouro Preto
2º ao 5º dia: Passeios por Ouro Preto e Mariana
6º dia: Santo Antonio do Leite – Congonhas
7º dia: Entre Rio de Minas – Lagoa Dourada – Prados – Bichinho – Tiradentes
8º e 9º dia: Tiradentes e São João del Rei
10º dia: Passeio de Maia Fumaça – Carrancas – Cruzília – Baependi – Caxambu
11º dia: São Lourenço
12º dia: Pouso Alto – Itamonte – Itanhandu – Passa Quatro – Guaratinguetá – Cunha
13º ao 16º dia: Paraty
17º ao 18º: Volta para casa
Passaporte da Estrada Real
Pegamos nosso passaporte em Ouro Preto, no Centro Cultural SESI Minas, na Praça Tiradentes. Ali também funciona a Casa das Latas. Não esqueça de levar 1kg de alimento não perecível ou um agasalho para doação.
Dia a Dia
O Caminho Velho começou, propriamente dito no:
Dia 6: Ouro Preto – Santo Antônio do Leite – Congonhas
Saímos sem pressa de Ouro Preto pois o trecho até Congonhas é rápido e a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos não abre na segunda feira.Trecho bem tranquilo. O local indicado para coletar o carimbo, bem em frente
à Igreja Matriz de Santo Antônio do Leite estava fechado, então fomos Hotel
Ville Real e aproveitamos para almoçar lá.
Em Congonhas nos hospedamos no Hotel Circuito dos Inconfidentes, que fica a 400m da Basílica. E no caminho fica o Pouso Café do sr Luzinho, onde pegamos o carimbo correspondente.
** Sugestão: o sr Luizinho tem uma lojinha com recordações da Estrada Real. Não deixe de passar lá e registrar seu carimbo.
Dia 7: Entre Rio de Minas – Lagoa Dourada – Prados – Bichinho – Tiradentes
Até Lagoa Dourada, foi bem tranquilo, pelo asfalto, onde experimentamos o famoso rocambole da cidade. Lagoa Dourada é considerada a Cidade do Original Rocambole. No local para carimbar o passaporte é logo no início da cidade, mas fomos experimentar o rocambole na rua principal que você pode escolher entre várias lanchonetes. Experimentamos no “Famoso Rocambole”. Aprovadíssimo. Entendi por que muita gente vem aqui só pra comprar e levar as encomendas de rocambole.
Saindo de Lagoa Dourada, seguimos as orientações da planilha, ou tentamos. A orientação para quem está de carro fala para seguirmos pelo asfalto até o segundo ponto de ônibus à esquerda. Inicialmente interpretamos que seria o segundo ponto que fica do lado esquerdo, mas a interpretação correta é o segundo ponto do lado esquerdo ignorando todos os que ficam a direita. 😁😀
E com essa errônea interpretação entramos no lugar errado, e não conferimos
a sequência da numeração dos marcos, nesse trecho, então ao invés de subir a
numeração estávamos voltando. Quando resolvemos conferir percebemos o erro e tivemos
que voltar, pois estavamos num trecho indicado como trilha, sem condições de
seguir de carro. Voltamos ao asfalto e redirecionamos nosso GPS interno. 😁😀
Hoje foi a tarde de aventuras. Na noite anterior teve uma chuva forte na região. Nos deparamos com uma porteira (indicada na planilha), tranquilamente ultrapassamos esse obstáculo. Mas o próximo não previsto foi mais complicado. Um bambuzal no meio da estrada. No vídeo mostra toda a “função” para liberar a estrada.
O destaque do dia é o vilarejo de Bichinho. Fica há 10km de Tiradentes. Pode fazer um bate-e-volta que vale super a pensa. Uma vila muito agradável.Em Bichinho tem a Casa Torta, um espaço de recordações lúdico, que faz os
adultos brincarem
novamente. Funciona de quarta a domingo de 10h as 17h.
Não visitamos pois estava fechado. Mas só as fotos externas já são divertidas. Comprando
on-line tem preço promocional. Já faça uma pré-visita no site.
Já quase na saída de Bichinho encontramos o Museu do Automóvel da Estrada Real. Com 90 peças, entre automóveis,
bicicletas e motos, de várias épocas. Tem estacionamento e lanchonete no local.
Dia 10: Carrancas – Cruzília – Baependi – Caxambu – São Lourenço
De Tiradentes a Carrancas fizemos pelo asfalto. Mas de lá até Cruzília só de estrada de terra. Estrada bem ruim, muito trânsito de caminhões por causa da extração de madeira da região. São mais ou menos 70km, mas levamos umas 2hs no trecho. Foi o trecho mais demorado, proporcionalmente.
O restante do dia foi bem tranquilo.
Dia 12: Pouso Alto – Itamonte – Itanhandu – Passa Quatro – Guaratinguetá – Cunha – Paraty
Fizemos esse dia todo pelo asfalto, passando pelas cidades da Estrada Real mas não seguimos pelas estradas planilhadas.
Das cidades, não conseguimos registrar o carimbo em Itamonte, pois a Casa da Cultura que informava aberto todos os dias, no domingo as 10h50m estava fechado. O outro local é o Hotel Fazenda Recanto dos Lagos, mas como fica na parte da estrada de terra que não passaríamos e já tínhamos mais carimbos que o exigido, abortamos esse carimbo.
Hospedagem na Estrada Real:
Congonhas: Hotel Circuito dos Inconfidentes
Tiradentes: Pousada Casa de Violeta
São Lourenço: Pousada Le Sape
Paraty: Pousada Valhacouto
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